IST são Infecções Sexualmente Transmissíveis, comumente chamadas de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) até 2016. A mudança de nomenclatura foi proposta e adotada pelo Ministério da Saúde porque muitas vezes a pessoa tem a infecção, mas ainda não manifestou a doença. Isto faz com que o indivíduo seja um transmissor, mesmo que não saiba.
É crucial desmistificar as IST, encarando-as como qualquer outra condição tratável. Já que são intercorrências de saúde que fazem parte da vida de quem é sexualmente ativo. A informação e a prevenção devem fazer parte da rotina, assim como exames comumente adotados para outras condições de saúde. Não hesite em procurar ajuda, pois o cuidado e a prevenção são essenciais para uma vida sexual saudável e consciente.
O preservativo é um grande aliado
Mesmo a camisinha sendo um dos métodos contraceptivos mais simples e acessíveis, não é todo mundo que se adapta a ela. Alguns acham que o preservativo diminui a sensibilidade, outros que corta o clima na hora de colocar durante o ato. Em relações sexuais não planejadas, é possível ainda que nenhum dos envolvidos tenha uma camisinha disponível – o que, várias vezes, não impede que o sexo aconteça.
Nos últimos anos, o uso regular da camisinha entre jovens de 15 a 24 anos diminuiu, contribuindo para o aumento dos casos de IST nessa faixa etária.
Tabus na educação sexual nas escolas e falta de informação resultam em adolescentes despreparados, sem compreensão adequada sobre o uso da camisinha.
Por outro lado, entre 2007 e 2019, casos de HIV em pessoas com mais de 60 anos aumentaram 354,25%, muitas vezes devido à baixa adesão ao preservativo.
Os desafios incluem a falta de abordagem sobre sexualidade na terceira idade, vergonha em adquirir camisinhas e o medo de prejudicar a ereção.
A Mandala da Prevenção
A mandala de prevenção combinada é um conjunto de intervenções (médicas, comportamentais ou estruturais) pensadas de forma estratégica para que as pessoas possam se proteger de IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis, incluindo o HIV).
A mandala abraça diferentes cenários. É um somatório de métodos que a pessoa pode adotar para prevenir o HIV e outras IST, como as hepatites. Quanto mais estratégias ela utilizar, mais protegida vai estar.
O diferencial da mandala é a visão individualizada das vulnerabilidades de cada pessoa, definindo as estratégias que mais se encaixam para aquele estilo de vida.
Testagem Regular para ISTs:
Exames regulares para detecção de HIV, hepatites e outras ISTs são fundamentais para o diagnóstico precoce e tratamento.
Uso do Preservativo e Lubrificante:
Mesmo com opções além da camisinha, ela continua sendo uma peça importante na prevenção. O ideal é considerar a estratégia combinada.
PrEP (Profilaxia Pré-Exposição):
Uso de medicamentos antirretrovirais antes da exposição ao HIV, uma alternativa eficaz para quem tem vida sexual ativa com parceiro infectado.
PEP (Profilaxia Pós-Exposição):
Medida de emergência após o contato com o HIV ou outras ISTs, deve ser iniciada entre 2 e 72 horas após a exposição.
Vacinas contra HPV e Hepatites:
Vacinas são essenciais para prevenir o HPV, hepatite A e B, contribuindo para a saúde sexual.
Tratamento de ISTs:
Além das vacinas, o tratamento adequado das ISTs é crucial para quebrar a cadeia de transmissão.
Prevenção à Transmissão Vertical:
Em gestantes com ISTs, é vital o diagnóstico e tratamento durante o pré-natal para evitar a transmissão para o bebê.
Redução de Danos:
Estratégias para quem tem relações sob o efeito de álcool ou drogas, visando minimizar os riscos.
Dr. João Bertoli
CRM/SC 16110
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