O desenvolvimento do anticoncepcional masculino está a todo vapor, trazendo uma perspectiva animadora para a ciência e, especialmente, para as mulheres. Historicamente, a responsabilidade pela contracepção recaiu predominantemente sobre elas, mas agora estamos testemunhando uma mudança nesse paradigma.
Atualmente, 16% da carga da contracepção está nas mãos dos homens, seja através do uso de preservativos, vasectomia ou coito interrompido, sendo este último método conhecido por suas altas taxas de falha. Contudo, há uma nova mentalidade surgindo na sociedade, onde a contracepção é vista como uma responsabilidade compartilhada entre os casais.
Os homens estão cada vez mais conscientes das alternativas contraceptivas disponíveis. Quando perguntados sobre sua disposição para utilizar novos métodos anticoncepcionais, hormonais ou não, impressionantes 50% a 85% afirmam estar abertos a essa possibilidade.
A vasectomia destaca-se como uma opção eficaz para contracepção definitiva, com altas taxas de sucesso. No entanto, cerca de 6% a 9% dos homens que optaram por esse método podem reconsiderar e buscar maneiras de recuperar a fertilidade. Nesses casos, as opções incluem fertilização assistida ou a reversão cirúrgica da vasectomia.
Enquanto o preservativo masculino já é uma opção disponível no mercado, é crucial lembrar que sua importância vai além da contracepção, também atuando na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Apesar dos avanços, o desenvolvimento de um contraceptivo masculino ainda enfrenta desafios significativos. Encontrar uma droga fácil de usar, preferencialmente oral, eficaz, reversível, sem efeitos colaterais expressivos, com custo acessível e sem contraindicações é a meta. Embora até 85% dos homens estejam dispostos a usar tal contraceptivo, o interesse em pesquisa ainda não atingiu seu auge.
Desafios biológicos, como a produção constante de milhões de espermatozoides por minuto e as barreiras naturais de acesso ao testículo, são obstáculos a serem superados. No entanto, nos últimos 20 anos, houve uma retomada significativa nas pesquisas globais e nacionais, abrindo caminho para um futuro promissor e otimista nesse campo.
Estamos diante de uma nova era na contracepção, onde a igualdade de gênero e a inovação científica se unem para oferecer opções mais amplas e equitativas para todos.
Dr. Matheus Debiasi
CRM/SC: 23790
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